Acontecimentos emblemáticos na história mundial marcam a data de 8 de março. Eventos de luta por direitos, de revolta contra um sistema predominantemente patriarcal em que a mulher era considerada um ser inferior. O primeiro, um mito popular, sugere que na metade do século XIX, em uma greve para reivindicar melhores condições de vida e trabalho, 129 mulheres foram presas dentro de uma fábrica têxtil da cidade de Nova Iorque incendiada pelos patrões.
O seguinte grande evento, um fato sucedido em 1917. Mulheres, aos milhares, impulsionaram a revolução russa ao entrar em greve e ganhar as ruas da cidade de São Petersburgo – um episódio de protagonismo feminino que iniciou o processo de extinção da monarquia, que já perdurava por três séculos. Entre os pedidos, também melhores condições de vida e a saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial. E ao longo do século XX, inúmeras outras manifestações reforçaram o ideal do respeito feminino na sociedade e consolidaram o Dia Internacional da Mulher.
As flores, os poemas, os presentes, os corações são singelas recordações de uma sociedade já um tanto avançada, com grande parcela masculina que reconhece que a mulher ganhou seu espaço e merece estar em pé de igualdade (porque, infelizmente, isso foi uma conquista, não uma condição). No entanto, é algo ilusório, pois mesmo na população mais abastada a misoginia existe. Não há igualdade onde os salários, em sua maioria são mais baixos que os dos homens; a representatividade nas altas esferas governamentais é amplamente masculina; entidades de classe reservam “departamentos femininos” – muitas vezes, perdão, regados a certa futilidade material, estética e doméstica que distancia as mulheres do poder de decisão –; existe risco de estupro e a sexualidade não pode ser vivida plenamente. Uma mulher autônoma assusta os desavisados.
Mas por toda essa coragem de erguer a cabeça e avançar sobre o machismo e a misoginia para ganhar voz e respeito, as homenagens são merecidas. Afinal de contas, mulher é sinônimo de bravura e coragem. Somente assim para ser símbolo da maternidade, da retidão, do amor, capaz de cumprir, muitas vezes, tripla jornada e permanecer psiquicamente viva. Para qualquer filho, a mãe é a representação máxima de mulher. É o exemplo, é o espelho do que queremos ser.