Projeto leva apresentações de artistas de rua à periferia

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Cultura: por definição, o conceito se refere a “todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade”, formulado antropólogo britânico Edward Tylor.

Porém, em um país de discrepâncias sociais como o Brasil, e nossa São Paulo diversa e multicultural, a cultura – apesar de rica e extensa – não chega a todos da maneira que deveria. Ou seja, uma sociedade pouco afeita a esse hábito, apesar de disponível aos montes – e mal distribuída.

Nesse sentido, ações públicas são fundamentais para garantir o acesso amplo à cultura e diversidade, a quem mais precisa. Uma delas começou recentemente: o SP Cultura na Rua é um projeto do Governo do Estado, e teve início em outubro. O objetivo é levar artistas de rua para as periferias da cidade, com apresentações gratuitas.

Neste sábado (2/12), o projeto estará na Brasilândia (na Praça Victorio Finzetto, a partir das 14h), depois de ter passado por Vila Nova Cachoeirinha, aqui na Zona Norte. A ação também já esteve em Cidade Tiradentes e irá ao Belém no próximo sábado.

De acordo com André Luiz Cagni, Assessor Técnico da área de fomento da Secretaria da Cultura do Estado, a iniciativa atende à demanda dos artistas de rua. Afinal, muitos deles vão à Av. Paulista, quando esta fica aberta ao público para lazer e há diversos cantores nas calçadas.

Para descentralizar a cultura, um dos projetos da Secretaria são as Fábricas, espalhadas em todas as regiões da capital. “As próprias Fábricas de Cultura, cumprem esse papel [de descentralizar]. Elas têm se tornado um polo catalisador e difusor das culturas locais”, afirma Cagni.

As apresentações contemplam, geralmente, quatro artistas: dois mais conhecidos – que já mandaram seu som na Paulista, por exemplo – e dois locais. Entre os gêneros, blues, reggae, rock e MPB. “Mas não é algo fechado, um dos grupos de maior sucesso entre os artistas de rua é o Cabaré Três Vinténs que tem uma sonoridade bem anos 30, misturando Swing Jazz, música brasileira e elementos da cultura circense”, explica o assessor.

Depois de ir à Vila Nova Cachoeirinha, no Largo do Japonês, a próxima parada em Brasilândia foi motivada pelo sucesso do evento. Para a Zona Norte, a expectativa é realizar um “festival de música de rua no Parque da Juventude” e tornar o projeto em um “formato maior”, com mais opções artísticas e fomentando a “economia criativa nos bairros”.

Por enquanto, a iniciativa não possui parcerias com a Prefeitura, e o objetivo é ampliar as ações para o interior do Estado e até em estações de Metrô. Os shows são realizados no entorno das Fábricas de Cultura, já que estas disponibilizam artistas e estão em contato mais próximo com a população local. “Lembrando que não é um evento em formato de show, e sim uma mostra de músicos de rua, sem palco, com pouco equipamento, justamente para mostrar que os artistas têm que ir aonde o povo está”, finaliza Cagni. Confira abaixo a programação completa:

Rapha Duailibi: jovem cantora e compositora, aprendiz da Fábrica de Cultura Brasilândia, que produz, no estúdio da unidade, músicas autorais do gênero MPB, e se apresenta em saraus de rua e coletivos musicais.

Rapha Dualibi

Wisllyn Borges: de Pirituba, é cantor e compositor de músicas em voz e violão que falam sobre o amor. O artista se apresenta em saraus de rua e atualmente produz seu primeiro trabalho.

Estação Malungada: Iniciado em 2016, é um coletivo (foto no topo da matéria) formado por artistas de rua que unem diversas linguagens, como teatro, circo e música, e encontrou nas ruas a possibilidade de ter contato direto com o público e dialogar com a realidade cotidiana de inúmeras pessoas. O repertório do grupo inclui composições autorais e releituras de artistas como Criolo, Lenine, Racionais MC’s, Elza Soares e Luiz Gonzaga. 

Cantigas de Nylon: é um grupo de reggae, MPB e fó-reggae formado por músicos independentes da periferia da Zona Norte de São Paulo, que abrangem vários estilos e ritmos brasileiros em suas músicas e se apresentam na rua, no metrô e em eventos culturais.

fonte/fotos: Divulgação/Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo