Muito mais corriqueira do que possa parecer, a síndrome do gêmeo desaparecido, ou gêmeo evanescente, é uma defesa do organismo da mulher para garantir a sobrevivência dos demais fetos dentro do útero durante a gravidez. Como o próprio nome diz, o fenômeno refere-se à absorção natural de um dos fetos em um curto espaço de tempo. O feto simplesmente desaparece do útero da mãe.
Em linhas gerais, acontece mais ou menos assim: os fetos (gêmeos, trigêmeos, quadrigêmeos, não importa) estão se desenvolvendo normalmente, tendo sido, por vezes, registrados em ultrassom; no entanto, na repetição do mesmo exame, um dos bebês simplesmente é reduzido a uma forma opaca e sem vida, como se o ventre da mãe o tivesse tragado, sobrando apenas uma pequena bolsa no formato similar a uma uva-passa. Em outros casos, a absorção foi tão veloz que o feto nem chegou aparecer no ultrassom.
Estudos apontam que a síndrome do gêmeo desaparecido aconteça em cerca de 20% dos casos de gravidez e que uma em cada oito pessoas tenha começado sua vida com um ou mais irmãos gêmeos. Embora não exista uma explicação, cientistas atribuem anormalidades na multiplicação dos cromossomos ou sobrecarga da placenta. Nesses casos, o próprio organismo sacrifica um feto para garantir que os demais sobrevivam.
Se forem feitas ecografias precoces (antes do habitual período da 10a até 14a semana), é possível descobrir com mais exatidão esses fenômenos. Por isso, seguindo o cronograma padrão, quando o primeiro ultrassom é feito, muitas vezes algum dos fetos pode já até ter sido reabsorvido pelo organismo, e ninguém ficará sabendo sobre sua existência.
Quando a síndrome do gêmeo desaparecido ocorre antes do primeiro trimestre de gestação, não há perigo de qualquer consequência para o outro bebê. No entanto, se o fenômeno se dá nos demais períodos de gestação, a atenção deve ser redobrada, pois há perigo de infecções, hemorragias e até partos prematuros ou obstrução da saída do bebê; e o bebê vivo pode nascer incompleto ou com deficiências.
