O sistema de ônibus em São Paulo possui 1.335 linhas, sendo que 830 fazem parte do sistema estrutural (os de grande porte e comuns) e 508 do sistema local (deslocamentos internos de ônibus de menor porte). Já a frota contratada possui 14.386 veículos rodando em toda a capital, em setembro, transportando 232,7 milhões de passageiros no mesmo mês.
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Esses números estão disponíveis no site da SPTrans, de modo a disponibilizar ao paulistano as informações referentes ao sistema de ônibus na capital. Outro número chama a atenção: a frota está ficando envelhecida.
Se em 2013 os ônibus maiores tinham uma idade média da frota de 5 anos e 8 meses, e os ônibus do sistema local tinham 3 anos e 10 meses, a situação mostra que os veículos que rodam nas ruas e avenidas estão um pouco mais velhos: os ônibus estruturais, até setembro, tem uma idade média de 6 anos e 2 meses, enquanto os veículos menores estão com 4 anos e 11 meses, em média.
Além desses dados gerais, está disponível para consulta o número de passageiros transportados diariamente, com números estratificados: quantos são aqueles que tem gratuitade, quantos usaram Bilhete Único, quantos pagaram em dinheiro, e outras variáveis.
No top 10 das linhas com mais passageiros, predominam linhas das zonas sul e leste, mais populosas. O número varia de 688 mil a 1,023 milhão. Apenas uma linha que trafega na zona norte aparece na lista: em quinto lugar, a linha Jardim Guarani-Metrô Barra Funda transportou 804 mil passageiros em setembro, último mês com os dados consolidados.
O ramal liga o bairro próximo de Brasilândia à estação de metrô, e o alto número de passageiros ilustra a demanda de décadas na região: um metrô que faça a ligação desses bairros com o restante da capital. A Linha 6-Laranja do metrô poderá suprir essa demanda. Quando? Uma pergunta sem resposta, já que os constantes atrasos em obras do metrô já fazem parte da rotina dos paulistanos há décadas…
Licitação e projeto piloto de ônibus elétricos
Se o transporte público traz mobilidade, também traz dissonâncias. Há linhas impecáveis, outras super lotadas. Com uma licitação emperrada desde 2013 – e contratos vigentes desde 2003 –, a Prefeitura está com o sinal aberto para dar início a uma nova rodada de concessões, já que o Tribunal de Contas do Município (TCM) liberou na última quarta-feira (24/10) a licitação de R$ 67,5 bilhões.
Há 36 ressalvas no documento, que deverão ser aceitas pela gestão Bruno Covas (PSDB). O contrato de concessão às empresas tem duração de 20 anos. Entre as ressalvas, a desproporcional remuneração destinada aos empresários de ônibus.
As mudanças previstas pela Prefeitura envolvem “otimização” do sistema, mas o corte de 146 linhas e retirada de 5% a 7% da frota. A reorganização das linhas visa economia à administração municipal, que desembolsou R$ 3 bilhões em subsídios neste ano.

Além dessas mudanças, a Prefeitura quer implantar um outro tipo de sistema, além do estrutural e local falados no início do texto. Nomeado de articulação regional, o novo sistema é um “intermediário”: o objetivo é conectar passageiros em bairros populosos a ônibus com maiores trajetos.
A medida poderá aumentar a velocidade média dos ônibus maiores e deixando avenidas e corredores mais livres. Por outro lado, o passageiro poderá sentir no bolso e nos deslocamentos: os que fazem trajetos mais longos terão que fazer mais baldeações.

Nos 20 anos de contrato, a frota terá que ser modernizada e ser 100% limpa até o fim deste período, sem emissão de poluentes. Nesse sentido, uma iniciativa recente da Prefeitura quer colocar ônibus elétricos nas ruas.
Em 16 de outubro foi assinado um projeto piloto com 15 ônibus do tipo, que deverão circular na cidade em até dois meses. Os veículos da empresa chinesa BYD serão distribuídos de acordo com critérios técnicos definidos pela SPTrans. Até o fechamento desta reportagem, a Prefeitura não respondeu quais regiões ou vias receberão os ônibus elétricos.