Para fechar o mês do Outubro Rosa, campanha de conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama, o programa de rádio SP Norte do último sábado (20/10) convidou a mastologista da rede de hospitais São Camilo, Doutora Giovanna Gabriele, especialista e titular pela Sociedade Brasileira de Mastologia (TEMa), para abordar o tema e dar dicas preciosas de prevenção e cuidados.
“O câncer de mama é o tipo mais comum de câncer entre as mulheres, perdendo apenas para o de pele. Em média, uma a cada oito mulheres no decorrer da vida vai ser diagnosticada com câncer de mama. Realmente é um caso sério, um caso de saúde pública”, explica a doutora.
Prevenção é o melhor caminho
Devido à seriedade do alto índice da doença, Dra. Giovanna recomenda que o autoexame seja feito todos os meses, por meio do toque das mamas. “No autoexame a mulher deve palpar suas mamas, axilas, pescoço e fossas claviculares, as ‘saboneteiras’. Dessa forma, seremos capazes de identificar qualquer mudança, como nódulos, ínguas, manchas ou secreção, e que deve ser comunicada de imediato ao médico”.
A mastologista explica que, além do autoexame, é imprescindível – principalmente após os 40 anos de idade – fazer o exame da mamografia uma vez ao ano. “É o exame mais eficiente para detectar o câncer de mama quando o tumor ainda é inicial. O diagnóstico possibilita as chances de cura dessa doença, que podem chegar a 97%, desde que os tumores sejam identificados na fase inicial. A prevenção, portanto, não deixa de ser um ato de amor para consigo mesma”, diz Gabriele.
Doença multifatorial
Por se tratar de uma doença multifatorial, o câncer de mama se desencadeia por diversas formas; há casos por exemplo, de mutações genéticas, como foi o da atriz Angelina Jolie, que após perder a mãe e avó vítimas da doença, se submeteu à mastectomia preservadora de mamilo, ou seja: fez uma cirurgia mesmo sem ter o câncer, pois havia uma chance muito grande de vir a desenvolvê-lo.
Portanto, além dos exames preventivos, a especialista explica que é preciso conhecer o histórico familiar e manter hábitos saudáveis de vida, como alimentação adequada e atividade física pelo menos três vezes por semana.
Tratamentos mais comuns
Existem vários tratamentos que dependem do tipo e do estágio da doença. O princípio da terapia curativa do câncer de mama é a cirurgia, com a retirada de uma parte da mama ou da mama inteira dependendo do nível e do estágio da doença.
Em determinadas situações, é indicada a radioterapia, seja como complemento ao tratamento cirúrgico de cura, seja como parte de tratamento paliativo, para diminuir sintomas relacionados à doença. O tratamento sistêmico, como quimioterapia e hormonioterapia –medicamentos via oral, que a mulher irá tomar por 5 a 10 anos – pode ser indicado tanto como complemento ao tratamento cirúrgico curativo, quanto como tratamento paliativo.
Dra. Giovanna recomenda que as mulheres podem prevenir o câncer de mama mantendo um peso saudável, uma dieta balanceada, fazendo atividade física, não fumando, e não ingerindo bebidas alcoólicas em excesso. “Além disso, para mulheres na menopausa, é aconselhável não fazer reposição hormonal, ou fazê-la sob orientação e supervisão estrita de um médico”, conclui.