“O que foi feito” malfeito

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A Prefeitura de São Paulo lançou na última terça-feira (12/5) o portal O Que Foi Feito, com as obras e ações realizadas em toda a Capital.

O mapa, interativo, mostra as realizações nas áreas da saúde, educação, mobilidade e “São Paulo 2.0”. Este último mostra os feitos que valorizam o meio ambiente e a tecnologia.

Na área da educação, a página destaca gratuidade de cursos, novas vagas no ensino infantil e creches. A saúde revela que 160 mil pessoas foram atendidas pelos equipamentos públicos, além de melhora no atendimento e criação de novos espaços.

A mobilidade, tema que mais suscita discussões, conta com 380 quilômetros de faixas exclusivas de ônibus – reduzindo o tempo de viagem para 40 minutos em algumas localidades –, 200 quilômetros de ciclovias – aos trancos e barrancos, leia mais sobre o tema na página 8 – e 150 linhas de ônibus na madrugada aos finais de semana. Por fim, a “São Paulo 2.0”, com 120 praças wi-fi espalhadas na Capital, 44 mil novos pontos de iluminação e aberturas de centros de cultura e esporte.

No entanto, o leitor mais atento e que acompanha o Jornal SP Norte vai notar que há um descompasso por parte da Prefeitura. Outra ferramenta disponibilizada pela gestão, o Programa de Metas, revela que dos 123 objetivos a serem alcançados entre 2013 e 2016, apenas 21 metas foram concluídas. Outras 102 seguem em andamento, a grande maioria abaixo dos 50%.

Muitas das ações realizadas e mostradas no portal O Que Foi Feito têm relação com as metas da Prefeitura. No entanto, o portal confunde o munícipe menos atento, mostrando uma parte da realidade. Em quase dois anos e meio de gestão, o principal programa de objetivos da Prefeitura não tem nem metade do total atingido proposto.

Outro descompasso é em relação à “São Paulo 2.0”, que destaca atuação “mais moderna e mais humana”. Se essa “São Paulo 2.0” for uma cidade repleta de lixo e falta de cuidado – com vários casos denunciados no SP Norte –, temos uma cidade tal qual a suja e poluída Los Angeles do filme de ficção científica Blade Runner, um clássico da década de 1980. Detalhe: a história do filme se passa em 2019.

Moral da História: “Não existem verdades absolutas; nunca existirão. E as mentiras? Ah, elas são apenas verdades que não puderam acontecer”. (Adriano Hungaro)